LER É BACANA

" Um público comprometido com a leitura é crítico, rebelde, inquieto, pouco manipulável... " Mario Vargas Llosa















14 de mai. de 2011

QUESTÃO UFPE - 2010


Em 29 de janeiro de 1922, O Estado de S. Paulo noticiava: “Por iniciativa do festejado escritor, Sr. Graça Aranha, da Academia Brasileira de Letras,haverá em S. Paulo uma ‘Semana de Arte Moderna’,em que tomarão parte os artistas que, em nosso
meio, representam as mais modernas correntes artísticas”. Considerando o significado histórico dessa semana, bem como seus desdobramentos, examine as proposições a seguir.

0-0) Com o pretexto de comemorar o centenário da Independência do Brasil, a Semana de Arte Moderna foi um acontecimento da e para a
burguesia, que arregimentou artistas para a subversão estética.

1-1) O engajamento político está entre as linhas prioritárias do projeto modernista de 22; em segundo plano, a desintegração das linguagens tradicionais, a adoção das conquistas de vanguarda e a busca da identidade nacional, o que mais preocupava Oswald de Andrade: “Nós, os brasileiros, quem somos? Qual a
nossa identidade?”

2-2) Na Semana de 22, ocorreram conferências sobre a arte moderna, apresentações de músicas e de declamações literárias que
ilustravam as teses dessa nova proposta estética. A adesão entusiasta por parte do público significou o sucesso do projeto
modernista.

3-3) Nos anos que se seguiram a 1922, os modernistas do Rio de Janeiro e de São Paulo fundaram revistas e lançaram manifestos, os
quais, com o propósito de explicar e justificar as obras que eram produzidas ao longo da década, iam delimitando os subgrupos,
portadores de nuanças estéticas e ideológicas precisas.

4-4) Mais de uma década depois, os próprios artistas que participaram do evento convergem na opinião de que a Semana de 22 foi um acontecimento realizado com bases teóricas e filosóficas seguras, o que teria garantido a implantação do Modernismo de forma
amadurecida e consequente.


Resposta: 0V;1F;2F;3V;4F.
Justificativa: A Semana de Arte Moderna de 1922 foi um movimento de caráter burguês; nela, estava em primeiro plano a desintegração das linguagens tradicionais, a adoção das conquistas de vanguarda e a busca da identidade nacional; ao longo dessa semana, não houve adesão irrestrita por parte do público, o qual muitas vezes vaiava o
que via no palco; a publicação de revistas e manifestos constituiu um desdobramento da semana de 1922: os artistas precisavam registrar
seus pontos de vista estéticos a respeito das obras que estavam sendo produzidas sob a égide da modernidade; tempos depois, os próprios artistas que participaram da Semana fizeram uma leitura
crítica daquele momento de 22, apontando, alguns deles, a imaturidade de certos comportamentos iconoclastas (vide, por exemplo, os textos críticos de Mário de Andrade).